quarta-feira, 13 de julho de 2011

Narrativa Digital





Esta narrativa digital surgiu como sequência da Webquest elaborada anteriormente no âmbito desta unidade curricular, cujo tema era a reciclagem. A narrativa digital é uma adaptação da história da Carochinha à reciclagem.

Foi elaborada a pensar em crianças do pré-escolar e do 1º ciclo, com o objectivo de elucidar e sensibilizar as crianças para a necessidade e importância de construirmos um mundo melhor.

A realização da Narrativa Digital ficou a cargo da professora Helena e da educadora Marta ,tendo a colaboração de Manuel e Fernanda Moreira na realização da parte gráfica (desenhos) e de Isidro Meireles, Sara Pimenta e Rui Maia nas vozes. Na parte musical, foi utilizada a faixa "Era uma vez um Rei", do cd Best of Caixinha de Sonhos.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Imagem como Linguagem

O ensino pela imagem assume cada vez mais importância no nosso dia-a-dia, pois ela começa a aparecer como um meio de transmissão de informação, e não como um meio meramente ilustrativo.

No entanto, para ser utilizada correctamente como um meio de transmissão de informação é necessário que se saiba “ler” a imagem. A tarefa de “ler” parece fácil, mas na realidade é complexa. O que se verifica é que a maioria das pessoas observa a imagem, e ao olhá-la como um todo, não conseguem dali retirar a mensagem pretendida.

Para não cairmos neste erro, é necessário alfabetizarmo-nos visualmente. Este é um processo que, como a aprendizagem da escrita e da leitura é demorado, pois consiste na capacidade que as pessoas têm de se expressarem através da imagem, e tem como principais objectivos:

Educar para analisar e criticar imagens;

Educar para combinar e juntar vários tipos de linguagens.

Sendo assim existe a necessidade de procedermos à alfabetização visual cada vez mais cedo. Como é um processo recente, ainda existem dúvidas quanto à sua classificação. Será uma linguagem verbal ou não verbal?

No sentido de tentar esclarecer esta dúvida, existem autores como Jean Cloutier (1957) que propõe o termo áudio-scripto-visual para fazer a distinção entre linguagem e media e a oposição entre audiovisual e escrita, pois para ele existem dois tipos de linguagem: a linguagem de base, onde encontramos a linguagem áudio, a linguagem scripto e a linguagem visual, e a linguagem sintética ou composta, onde estão inseridas, a linguagem audiovisual, a linguagem scriptovisual e a linguagem áudio-scripto-visual.

- A linguagem de base é composta por duas de percepção natural, a áudio e a visual,e a linguagem scripto;

- A linguagem áudio é temporal, invisível e tem como objectivo ser perceptível ao ouvido;

- A linguagem scripto está presente num espaço a duas dimensões, mas é necessário recorrer à sua descodificação;

- A linguagem visual é perceptível ao olho e está presente num espaço a três dimensões;

- A linguagem sintética ou composta é constituída pela união de vários tipos de linguagem;

- A linguagem audiovisual é perceptível ao olho e ao ouvido;

- A linguagem scriptovisual abrange todos os meios de comunicação gráfica, é caracterizada pela junção da escrita e da imagem;

- A linguagem audio-scripto-visual é uma linguagem que utiliza simultaneamente todas as outras.

Para Dondis (1999), a linguagem visual é constituída por elementos visuais como o ponto, a linha, a forma, a direcção, o tom, a cor, a textura, a escala, a dimensão e o movimento. Villafañe (1985) acrescenta ainda, mais alguns e agrupa-os em três tipos: os elementos morfológicos, onde estão inseridos o ponto, a linha, o plano, a textura, a cor, a forma e o tom, os elementos dinâmicos, onde estão inseridos o movimento, a tensão, o ritmo e a direcção, e por fim os elementos escalares, onde encontramos a escala, a proporção, o formato e a dimensão.

Para existir uma boa comunicação visual é fundamental que existam todos estes elementos, pois só assim é que podemos retirar com precisão a mensagem transmitida pela imagem.

Segundo Calado (1994), na leitura das imagens existe um grau zero que não necessita de ser ensinado, mas sendo uma aquisição deve sempre existir uma alfabetização da pessoa.

Muitas vezes caímos no erro de fazermos uma leitura “espontânea” da imagem, mas para Joly (1994), a leitura da imagem não é universal, pois confundimos muitas vezes, percepção com interpretação, ou seja, o facto de reconhecermos a imagem não significa que a compreendemos, pois são duas operações mentais completamente distintas.

Para existir uma correcta leitura de imagens devemos ter sempre em conta dois tipos de leitura: a denotativa, onde descrevemos os objectos e a localização espacial e a conotativa, onde interpretamos a imagem. Bullaude (1969) acrescenta ainda uma outra categoria, o núcleo semântico, onde distinguimos o que é importante e o que é acessório.


Após a leitura e análise do texto podemos concluir que a imagem é utilizada cada vez mais como um meio de transmissão de informação, e como tal é necessário proceder-se à alfabetização visual cada vez mais cedo. Hoje em dia, a alfabetização visual, ainda não é realizada da forma mais correcta,pois este não é um processo que se constrói de forma rápida. Cabe-nos a nós professores/educadores a função de ensinar as crianças a ver, a pensar e a criticar, através de perguntas e respostas no sentido de utilizarem a imagem de forma correcta.



Fonte: LENCASTRE, José Alberto, CHAVES, José Henrique (2007): A Imagem como Linguagem IN: Barca, A. Peralbo, M., Porto, A., Duarte da Silva, B. e Almeida, L. (EDS.) Libro de Actas do Congreso Internacional Galego-Portugués de Psicopedagoxia. A.Coruña/Universidade da Coruña: Revista Galego-Portuguesa de Psicoloxia e Educacion ISSN: 1138-1663

Universidade do Minho, Braga